quinta-feira, 17 de abril de 2008

Buzinas e estresse no trânsito: o dia-a-dia do capixaba



Zeliangela Meneghelli


Parece que a cada dia chegamos mais tarde à escola ou ao trabalho, e o pior é que não é porque você ou eu dormimos até mais tarde, ou perdemos a hora. O horário continua o mesmo, já o trânsito, ah, esse mudou e muito. De uns tempos pra cá, aqueles 20 minutos que gastávamos pra chegar a um determinado local aqui na cidade de Vitória, se transformaram em dobros, triplos, horas e estresses.

Por onde anda se vê engarrafamentos, uma situação estressante para qualquer cidadão que paga seus impostos em dia ou não. E não tem por onde escapar. Camburi? Trânsito, obras, engarrafamentos. Avenida Fernando Ferrari e Reta da Penha? Mais trânsito, mais engarrafamentos, mais obras. Centro da cidade? Tudo se repete, talvez com exceção das obras. Pronto, saímos de Vitória, vamos rumo a Vila Velha, mais precisamente 3ª Ponte, o que tem lá? Novamente trânsito, engarrafamentos e estresses.

De uns anos para cá o número de carros na Grande Vitória aumentou assustadoramente. De acordo com o Detran, só em Vitória são cadastrados mais de 420 mil veículos. E a conseqüência está aí, para todos verem e vivenciarem. E o pior de tudo é que a média de pessoas que são transportadas por cada carro não chega ao número de dois. Então logo vem a mente: O melhor seria andar de ônibus, um bom paliativo para resolver os engarrafamentos, já que o ônibus consegue transportar cerca de 50 passageiros. Mas aí está o grande problema, quem tem carro não se sujeita a pegar ônibus extremamente lotados e desconfortáveis.

E a cada dia o cidadão parece que é obrigado a ir se acostumando com o freia e anda um metro, freia de novo e anda meio metro. Buzinas, palavrões, tudo isso nem adianta, não tem para onde escapar, o negócio é ligar o radinho e esperar. Esperar até quando? É possível mesmo resolver o problema do trânsito em Vitória?

O governo parece que resolveu se preocupar, as prefeituras também. Esses são os motivos de tantas obras na Grande Vitória. Mas é necessário fazê-las todas ao mesmo tempo? A cidade está horrível, é um quebra-quebra e tanto. Construção da nova ponte da passagem e do viaduto, duplicação de faixas na Avenida Fernando Ferrari, reforma da Ponte de Camburi, construção da nova orla de Camburi, dentre outras. Se isso vai resolver? A breve período sim. Mas e daqui uns 10 anos? O número de veículos vai aumentar e Vitória não terá mais para onde esticar. A solução seria fazer rodízio de carros como em São Paulo? Muito complicado imaginar que aquele seu carro que está aí na garagem vai ter dia certo para sair de casa, e não interessa o seu compromisso. É até meio absurdo para nós capixabas imaginarmos algo do tipo, porque se até para comprar o famoso pão quentinho, vamos à padaria de carro, talvez esteja aí a solução para o descongestionamento, andar um pouco a pé ou de bicicleta, faz até bem à saúde.

Vamos fazer rodízio de carros? O projeto do metrô de superfície vai sair do papel? Ou ainda vamos nos habituar andar a pé ou de bicicleta? Isso tudo só saberemos daqui a algum tempo. E podem ficar pasmos, esse tempo parece nem demorar tanto a chegar, pois a cada dia temos a impressão de chegar mais tarde ao trabalho e à faculdade. E não se estresse com as buzinas, elas ainda serão ouvidas por um bom tempo, e se bobear a tendência é aumentar o estardalhaço.

Amai-vos uns aos outros?


Ou não jogueis papel no chão?


Zeliangela Meneghelli

E não mais que de repente católicos e não católicos levam um baita susto. Que história é essa de novos pecados capitais? E todo mundo resolve se preocupar, acreditando que o Vaticano aumentou a lista de pecados, e sendo assim quase todos, senão todos, já estão com um pezinho lá no mármore do inferno. Mas calma, calma minha gente, a história não é bem assim. Essa confusão formada em torno dos sete pecados, que de repente se tornaram onze, não passa de um mal entendido.

E tudo começou porque um certo bispo resolve, em uma entrevista, falar que a Igreja Católica aumentou a lista dos pecados, que convenhamos já era bem grandinha. Não sabemos muito bem se os repórteres entenderam mal, ou se o bispo realmente não soube se expressar. A verdade é que a manipulação genética, o uso e o tráfico de drogas, a desigualdade social e a poluição ambiental, se encaixam perfeitamente nos pecados já existentes, e logo depois vem, novamente, o bispo em cadeia nacional tentar se explicar, dizendo que se tratava apenas de um novo olhar da igreja nos chamados pecados modernos, mas que a lista de pecados continuava sendo sete: soberba, ganância, luxúria, gula, ira, inveja e preguiça.

É, temos que admitir, os fiéis e até não fiéis ficaram com um belo frio na barriga, porque afinal estaríamos quase todos condenados, ou então todo dia em um confessionário. Visto que aquela famosa latinha que se joga pela janela do carro, ou aquele papel de bala jogado discretamente no chão, não passaria despercebido pelo Todo Poderoso. Aí fico imaginando os confessionários lotados, uns ajoelhados dizendo: Padre, ontem eu joguei um papel no chão, semana passada eu sem querer joguei um copo pela janela do ônibus, mas foi só porque não tinha lixeira ali, é até cômico. E logo após o padre passando a penitência, que poderia, por exemplo, catar do chão 500 papéis de bala naquela semana. Nada mal para se redimir, não é?

Pensando bem, esses chamados pecados modernos, nem são tão modernos assim, eles já existem há um bom tempo, e para bom seguidor da Igreja, nem precisa cita-los como tais, já que os fiéis já sabem direitinho que fumar, beber em excesso, ingerir drogas, ser a favor do aborto, aprovar a manipulação das células troncos, escravizar o outro para que enriquecer, tudo isso já faz parte daquilo que é considerado pecado, e não precisa incluir em lista nenhuma, porque já estão muito bem incluídos.

A destruição do meio ambiente que a cada dia fica mais alarmante, devido a modernização do mundo, se inclui perfeitamente no chamado pecado capital da ganância, nele também podemos citar o enriquecimento em desfavorecimento do outro e por aí vai.

Todo esse alarde foi criado após um curso de atualização sobre o sacramento da confissão, que foi ministrado no Vaticano. Onde o papa Bento XVI fez uma dura crítica aos católicos que deixam os confessionários vazios todos os anos. A lógica e o questionamento do santo padre é simples, se os pecados modernos aumentam a cada dia, porque as pessoas se confessam cada vez menos? O pecado deixou de ser uma simples questão individual, passou a ser também social, e há aí uma necessidade de se preocupar uns com os outros. Seguindo até mesmo o maior ensinamento de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

Agora cabe aos católicos repensar ou não nas atitudes, a falta de seguir os mandamentos da Igreja, o descaso com os sacramentos, dentre eles o da confissão, e olhar com mais seriedade para os chamados pecados modernos que estão aí batendo à nossa porta. Não por se sentirem amedrontados, até porque a Igreja já esclareceu que não aumentou a lista de pecados capitais. Quanto a isso fiquemos todos tranqüilos, aquele papelzinho jogado discretamente no chão não será capaz de me levar ao inferno. Ou será que é?

Vida Nova ao Blog!

Olá,
A partir de hoje o blog está ativado.
Nem lembrava mais dele, mas ao ser cobrado pela Mestre Emília Manente, aqui estou eu!
O blog passa a ter uma função que é dele mesmo, postar meus textos, minhas viagens, principalmente os textos da faculdade, corrigidos pela professora Emília.
Então vamos lá né! Sejam Bem Vindos! Participem! Comentem! Dêem asas à leitura! Espero que de alguma forma eu esteja colaborando para isso!
Voe alto, muito alto!